O que é este novo coronavírus?
Trata-se de uma nova variante do coronavírus, denominada 2019-nCoV, descoberta na China em 07/01/2020. O novo coronavírus foi identificado em investigação epidemiológica e laboratorial, após a notificação de uma série de casos de pneumonia de causa desconhecida a partir de 31/12/2019, diagnosticados inicialmente na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei.
Qual a origem do surto atual?
A origem ainda não está elucidada. Acredita-se que a fonte primária do vírus seja animal, provavelmente em um mercado de frutos do mar e animais selvagens vivos em Wuhan.
A transmissão do Coronavírus acontece entre humanos?
Sim. Este vírus pode ser transmitido de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de secreções respiratórias do paciente infectado ou por contato com superfícies contaminadas com secreções, seguido de inoculação em mucosas (olhos, nariz ou boca). Na maior parte dos casos, a transmissão é limitada e se dá por contato próximo, ou seja, durante o cuidado com o paciente, incluindo profissionais de saúde ou membro da família.
Qual a taxa de reprodutividade (RO) do novo coronavirus?
A taxa de contagiosidade do novo coronavírus é próximo a três. Isto indica que cada pessoa infectada transmite a doença para 3 pessoas, e estes 3 para 9, estas 9 para 27, ou seja, a taxa de transmissão da doença é exponencial.
Apenas as pessoas com sintomas transmitem este vírus?
Acredita-se que o maior risco de transmissão acontece durante o período sintomático, quando a pessoa doente elimina maior quantidade de vírus. No entanto, há evidências de transmissão após contato com pessoas infectadas que ainda não tinham sintomas.
Os animais de estimação podem transmitir o novo coronavírus?
Não há evidências que animais domésticos, como cães e gatos, possam ser infectados e transmitir o novo coronavírus.
Quanto tempo demora para ter sintomas após o contato?
O período estimado entre o contato e o aparecimento de sintomas é de 2 a 14 dias, com média de 4 a 5 dias.
Quais são os sintomas?
Os sintomas mais frequentes são febre, tosse, perda do apetite e astenia, muitos pacientes referem também perda do paladar e olfato (gosto e cheiro). Alguns pacientes podem apresentar dor muscular, secreção respiratória. Nas formas mais graves ocorre dificuldade respiratória e falta de ar. Também há relato de diarreia. Alguns indivíduos infectados podem não apresentar sintomas. Estima-se que até 20% dos doentes pode apresentar quadros graves.
E nas crianças, como se comporta?
O número de crianças com doença causada pelo COVID-19 é muito pequeno.
São raras as descrições de casos em pacientes com menos de 18 anos nos estudos publicados até o momento. No entanto, não é possível concluir que as crianças estejam protegidas, portanto é importante seguir as medidas de prevenção recomendadas para as infecções respiratórias.
Como é feito o diagnóstico?
Após a suspeita clínica realizada por um médico, pode ser feita a comprovação através de exames laboratoriais.
Na fase aguda dos sintomas, primeiros 7 dias o exame recomendado é a pesquisa de partículas genéticas do vírus através de biologia molecular. A coleta do material se faz através de swab (cotonete) de secreção do nariz e/ou garganta do paciente. Atualmente este exame é realizado pelos laboratórios da rede pública nos casos de pacientes graves que necessitam de internamento.
Após a fase inicial da doença, ou seja, após os 7 dias de sintomas, idealmente após o 10º dia de sintomas pode-se realizar o teste sorológico. Este teste é realizado através da coleta de sangue e vai determinar a presença de anticorpos contra o vírus.
Como tratar?
Não existe um tratamento específico para o novo vírus. Recomenda-se ingestão de líquidos, paracetamol para febre ou dor. Pacientes com sintomas graves como febre persistente por mais de 24 horas, dificuldade respiratória ou falta de ar, devem ser avaliados pela equipe de saúde quanto a necessidade de internação e suporte em unidade de terapia intensiva.
Existem medicamentos utilizados para tratamento de outros vírus que estão sendo testados contra este coronavírus, mas ainda não há conclusão destes estudos.
O uso de cloroquina ou hidroxicloroquina deve obedecer a protocolos de estudo e avaliação individual de cada caso.
Não há qualquer comprovação que o uso de vitaminas em altas doses, gargarejos de água morna, alho ou “imunoshots”, sejam eficazes para tratamento ou prevenção do coronavírus.
Em casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus está indicado usar Tamiflu® (oseltamivir) ou antibiótico?
Não. O oseltamivir está indicado para tratamento e prevenção de infecção pelo vírus influenza, não é ativo contra o coronavírus. Pode ser indicado se houver suspeita de infecção pelo vírus influenza, antes da confirmação do diagnóstico.
Os antibióticos podem ser usados se houver suspeita de infecção concomitante por bactérias.
A vacina contra a gripe protege contra o novo coronavírus?
Não. A vacina da gripe protege somente contra o vírus influenza. Ainda não existe vacina para este novo vírus.
Os vírus podem contaminar objetos? Bens importados da China podem transmitir este vírus?
Ainda não sabemos o tempo exato que este novo vírus se mantém infectante em superfícies, embora informações preliminares sugiram que possa sobreviver no mínimo 3 dias. É improvável que ele seja capaz de sobreviver acima de um período de vários dias ou semanas, que é tempo destinado ao transporte de mercadorias da China.
Limpeza com água e sabão ou desinfetantes simples podem matar o vírus, deixando de ser possível infectar pessoas.
O que significa um caso suspeito de COVID-19?
O Ministério da Saúde classifica casos como suspeitos de COVID-19 em duas situações:
Situação 1: Febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais, entre outros), e histórico de viagem para área com transmissão local, de acordo com a OMS, nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; OU
Situação 2: Febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais, entre outros), e histórico de contato próximo de caso suspeito para o coronavírus (2019-nCoV), nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; OU
Situação 3: Febre ou pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros), e contato próximo de caso confirmado de coronavírus (2019-nCoV) em laboratório, nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.
Entende-se como contato próximo uma pessoa envolvida em qualquer uma das seguintes situações:
Estar a dois metros de um paciente com suspeita de caso por 2019-nCoV, dentro da mesma sala ou área de atendimento (ou aeronaves ou outros meios de transporte), por um período prolongado, sem uso de equipamento de proteção individual.
Cuidar, morar, visitar ou compartilhar uma área ou sala de espera de assistência médica, ou, ainda, nos casos de contato direto com fluidos corporais, enquanto não estiver em uso do EPI recomendado.
O que significa um caso provável de COVID-19?
Caso suspeito que apresente resultado laboratorial inconclusivo para 2019-nCoV OU com teste positivo em ensaio de coronavírus.
O que significa um caso confirmado de COVID-19?
Indivíduo com confirmação laboratorial conclusiva para o novo Coronavírus (2019-nCoV), independentemente de sinais e sintomas.
O que as pessoas devem fazer se acham que têm coronavírus ou se um filho possa estar infectado?
É recomendável que somente pessoas com sintomas mais intensos de doença respiratória procurem atendimento médico no pronto-socorro. Em caso de dúvida entre em contato com a Operadora para que possa ser orientado a melhor forma, a fim de evitar deslocamentos desnecessários que aumentam a exposição aos riscos*.
Quanto tempo devem ficar afastadas pessoas que tiveram contato com caso suspeito ou confirmado?
Considerando que há evidência que o vírus possa ser transmitido por pacientes sem sintomas ou durante o período de incubação, o ideal é permanecerem afastados por 14 dias, em isolamento domiciliar.
O que é Isolamento respiratório domiciliar?
Manutenção do indivíduo em seu domicílio se possível em quarto e banheiro separado dos demais moradores, com medidas de higiene pessoal e ambiental. Quando não for possível isolar o paciente em um ambiente separado, este deve usar máscara cirúrgica e manter-se afastado pelo menos 2 metros dos demais residentes do domicílio. Intensificar a limpeza do ambiente e lavagem de mãos.
Quem deve usar máscara?
O uso de máscara para toda população assintomática ainda é um assunto com divergências na literatura. O uso indiscriminado de máscara pode levar a uma falsa sensação de segurança, levando a população a negligenciar a principal medida de prevenção que é a lavagem das mãos.
Uso da máscara cirúrgica é recomendada:
Profissionais da área de saúde durante o atendimento de casos suspeitos de infecção por coronavirus;
Para pacientes com infecção respiratória sintomáticos;
Para cuidadores de pacientes com infecção suspeita.
Uso de máscara de pano:
Para a população geral quando em ambiente comunitário e não puder manter o distanciamento social de 1 metro.
Antes de colocar e após retirar as máscaras é necessário lavar as mãos com água e sabão ou aplicar álcool gel a 70 %. Observar os cuidados de retirada da máscara evitando tocar na mesma. As máscaras devem ser trocadas sempre que estiverem úmidas.
A máscara cirúrgica deve ser descartada.
A máscara de pano deve sofrer processo de higienização. O uso da máscara de tecido deve ser individual, não devendo ser compartilhada.
Como uma pessoa que retornou de área de transmissão ou teve contato com doente deve proceder se tiver febre ou sintomas respiratórios?
As pessoas que retornaram de área de transmissão ou tiveram contato próximo com doente, devem procurar rapidamente um serviço de saúde para avaliação e diagnóstico. O uso de máscara cirúrgica por quem tem sintomas respiratórios é uma das principais formas de prevenir a transmissão da doença.
Pessoas sem sintomas podem transmitir o coronavírus?
O risco de ser contaminado por uma pessoa sem sintomas é baixo. No entanto, muitas pessoas sentem apenas sintomas leves, especialmente nos estágios iniciais. Por isso, é possível pegar COVID-19 de alguém que teve apenas uma tosse leve sem se sentir doente, por exemplo.
Há casos confirmados do novo coronavírus no Brasil?
Sim, o primeiro caso no Brasil foi confirmado no dia 26 de fevereiro, na cidade de São Paulo.
Posso pegar o coronavírus comendo alimentos preparados por outras pessoas?
Estudos sobre a transmissão do COVID-19 ainda estão sendo feitos. Não está claro se isso é possível, mas, nesse caso, seria mais provável que fosse a exceção do que a regra. Dito isto, COVID-19 e outros coronavírus foram detectados nas fezes de certos pacientes, portanto, atualmente não podemos descartar a possibilidade de transmissão ocasional de manipuladores de alimentos infectados. O vírus provavelmente seria morto ao cozinhar os alimentos.
*Você pode usar o nosso canal para atendimento via Chat para esclarecimentos das 8 às 18 horas;
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Como posso prevenir a transmissão da doença?
Atualmente a única estratégica para a prevenção da doença é evitar a exposição ao vírus.
As medidas recomentadas pela OMS são:
Lave as mãos frequentemente com água e sabão ou use um produto à base de álcool 70 %.
Pratique a etiqueta respiratória: ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com lenço descartável ou com o cotovelo flexionado – descarte o lenço imediatamente em uma lixeira e limpe as mãos com produto à base de álcool ou lave com sabão e água.
Manter o distanciamento social: procure manter pelo menos 1 metro de distância entre você e as outras pessoas (3 pés), principalmente aquelas que tossem e/ou espirram.
Por quê? Quando alguém infectado com um vírus respiratório, tosse ou espirra.
Evite tocar nos olhos, nariz e boca, pois as mãos tocam muitas superfícies que podem estar contaminadas com o vírus. Se você tocar nos olhos, nariz ou boca com as mãos contaminadas, poderá transferir o vírus da superfície para si mesmo.
Se tiver febre, tosse e dificuldade em respirar, procure atendimento médico.
Evite ingerir produtos animais crus ou mal cozidos e manusear carne crua e leite sem uso de luvas.
Como precaução geral, pratique medidas gerais de higiene ao visitar mercados de animais vivos ou de produtos animais. Evite estritamente qualquer contato com outros animais no mercado (por exemplo, gatos e cães, roedores, pássaros, morcegos). Evite o contato com resíduos ou fluidos de animais potencialmente contaminados no solo ou nas estruturas de lojas e instalações de mercado.
Elaborado pela equipe de Gestão de Saúde da Nossa Saúde
Fontes:
https://www.cdc.gov/coronavirus/index.html
http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/perguntas-e-respostas-novo-coronavirus
https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-coronaviruses
http://plataforma.saude.gov.br/novocoronavirus/
https://portal.fiocruz.br/coronavirus